Região

APA do Paleocanal do Tocantins é proposta para conciliar conservação e desenvolvimento

Em outubro de 2023, a Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) e a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) protocolaram junto ao ICMBio a solicitação de estudos técnicos para criação de Unidades de Conservação na região do Paleocanal do Rio Tocantins. Os levantamentos realizados comprovaram a relevância natural e cultural da área, que reúne paisagens únicas, biodiversidade, comunidades locais, festas tradicionais e grande potencial para o turismo sustentável. A região também concentra atividades econômicas importantes, como a agropecuária, além de demandas por infraestrutura logística, incluindo a Hidrovia Araguaia-Tocantins.
Com o objetivo de compatibilizar conservação ambiental e desenvolvimento produtivo, foi elaborada a proposta de criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Paleocanal do Rio Tocantins.
A escolha dessa categoria de unidade de conservação é estratégica: as APAs permitem a manutenção de propriedades privadas, a continuidade da agropecuária e a instalação de empreendimentos de grande porte. Assim, esclarecemos de forma inequívoca que a criação da APA do Paleocanal do Rio Tocantins não inviabiliza a implementação da Hidrovia Araguaia-Tocantins. Pelo contrário, a APA representa uma oportunidade de demonstrar que é possível conciliar desenvolvimento econômico e conservação da biodiversidade.
Na região entre os municípios de Marabá, Itupiranga e Nova Ipixuna há registros de mais 150 lagos naturais, dos quais 101 estão dentro do polígono da APA do Paleocanal do Rio Tocantins, os demais já se encontram secos. Os lagos do Paleocanal garantem a conservação de espécies ameaçadas e endêmicas e sustento de dezenas de comunidades como ribeirinhos, pescadores, vazanteiros, agricultores e quebradeiras de coco babaçu.
A APA tem o objetivo de restauração, ordenamento de atividades de pesca pressionada pela pesca predatória externa que ameaça as comunidades.