Urban Tecnologia executou serviços entre 12/03 e 02/05 deste ano sem “preto no branco”. É preciso reconhecer que empresa foi corajosa em confiar na palavra do prefeito: ela recebeu R$ 6,83 milhões
Tramita no Ministério Público a investigação do contrato para supervisão, gerenciamento, operação e manutenção do aterro sanitário de Parauapebas celebrado entre a prefeitura e a empresa Urban Tecnologia e Inovação Ltda.
Segundo denúncia protocolada pela vereadora Maquivalda, a Urban teria executado serviços públicos entre 12 de março e 2 de maio deste ano sem amparo contratual vigente, já que o prazo do quarto aditivo expirou em 12 de março, e o quinto aditivo só foi publicado em 2 de maio. Nesse meio de tempo, a empresa continuou trabalhando supostamente de forma clandestina — e recebeu por isso.
Maquivalda também noticiou ao MP que a empresa vem praticando crimes ambientais, realizando descarte irregular de chorume e resíduos sólidos diretamente no Rio Parauapebas, causando poluição hídrica, contaminação do solo e do lençol freático, bem como a morte de espécies da fauna.
Devido à gravidade dos fatos, o promotor de justiça Alan Pierre Chaves Rocha fez diversas recomendações ao prefeito Aurélio Goiano e abriu procedimento no qual solicitou documentos para entender melhor o contrato polêmico. A última movimentação da investigação foi em 23 de julho, quando a Urban respondeu ao MP compartilhando arquivos referentes ao contrato que mantém com a Prefeitura de Parauapebas.
Vale ressaltar que a Urban já recebeu R$ 6,83 milhões do governo de Aurélio Goiano este ano, mas no período questionado pela vereadora Maquivalda a empresa embolsou R$ 1,17 milhão em pagamentos realizados em 17 de março (R$ 879.108,96) e 10 de abril (R$ 293.329,51).
Ao todo, os pagamentos questionados pela parlamentar nos três contratos alvos de devassa do Ministério Público — de assessoria contábil, de roço e de gerenciamento do aterro sanitário — somam R$ 5,95 milhões, valor que corresponde à metade da receita com arrecadação do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) de Parauapebas em um ano.
Em tempos de crise protagonizada pelo próprio governo local e de retração nas receitas públicas, o prefeito Aurélio Goiano devaneia em fazer pagamentos suspeitos e controversos em contratos com excessos de amadorismo e escassos de transparência. Na ponta, a população é quem paga o pato pelas trapalhadas de uma gestão visivelmente sem rumo.





