Prefeito precisa explicar é o que fez com R$ 1,5 bi, pois Parauapebas está afundando em sua gestão.
Em entrevista à Rádio Arara Azul na última sexta-feira (22), o prefeito Aurélio Goiano ventilou uma revoada de mentiras sobre a baixa na arrecadação da Capital do Minério, bem como sobre a queda na receita do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Na tentativa de posar de “falante”, o prefeito fez comparações improcedentes, à vista de seu também desinformado secretário de Fazenda, afirmando que a receita deste ano diminuiu R$ 300 milhões frente ao mesmo período do ano passado. Mentira pura: inclusive, até o final deste mês, a receita líquida de Parauapebas vai bater R$ 1,5 bilhão.
Aurélio ainda divulgou uma queda de R$ 525 milhões no ICMS, o que era mera previsão feita a partir de dados de 2023, mas que não se concretizará este ano — para a sorte de seu governo capenga, que nesta quarta-feira (27) deve R$ 82,6 milhões na praça.
Confira as abobrinhas que ele despejou nas ondas sonoras do programa Alerta 96, o mais ouvido nas manhãs de Parauapebas.
Mentira nº 5 — Diminuição da arrecadação
“Só entraram R$ 1 bilhão e 300 milhões até agora durante o meu governo. No mesmo período do ano passado, quando o governo passado estava na prefeitura, recebeu R$ 1 bilhão e 600 milhões. (…) Nós estamos gastando R$ 400 milhões a menos.”
A receita de Parauapebas está em queda, é verdade, mas Aurélio Goiano não precisa mentir ou exagerar para que se possa ter “pena” de seu governo. E por mais que ele e a “equipe técnica” tentem manipular o Portal da Transparência, escondendo informações ou simplesmente não fazendo atualização em tempo real, há formas de saber quanto entra e quanto sai diariamente, com muito mais eficiência até mesmo que a própria equipe fajuta de contabilidade do prefeito. Então, vamos lá: de janeiro a agosto do ano passado, a Prefeitura de Parauapebas arrecadou em receita líquida (já feitas as deduções legais) R$ 1.625.571.631,38. Este ano, de janeiro a agosto (levando-se em conta o que ainda deve cair em conta até o próximo dia 31), são R$ 1.520.086.701,05. Ou seja, este mês Aurélio passa de R$ 1,5 bilhão em receita, mas nada de relevante mostrou à população em termos de gestão, daí a razão por estar com a popularidade em decadência. Diga-se de passagem, a receita caiu R$ 105,5 milhões de um ano para outro, mas Aurélio elevou as despesas da prefeitura para patamares colossais, mediante contratação exacerbada de pessoal e conchavos com empresários forasteiros. Tanto que seu governo está devendo na praça mais de R$ 82 milhões.
Mentira nº 6 — Diminuição do ICMS
“Quando vai lá para a cota-parte do ICMS, a gente perdeu R$ 525 milhões. A cota-parte, que era 19 ponto alguma coisa, caiu para 9,8%. Agora, já colocamos na justiça para subir para 13,5%. Mas isso só vale para o ano que vem.”
Um prefeito que não conhece indicadores básicos do município que governa condena a sociedade ao fracasso. E é assim que Aurélio Goiano age, amparado em informações produzidas por sua “equipe técnica”. De acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), a cota-parte do ICMS de Parauapebas é, atualmente, de 10,5%. Contudo, pela divulgação preliminar da Sefa referente à cota-parte de 2026, Parauapebas verá sua fatia no imposto diminuir para 9,7%, acompanhando a redução na movimentação da atividade mineradora no município, que é fato gerador para composição do Valor Adicionado Fiscal (VAF). Hoje, Parauapebas tem menos operações minerais que Canaã dos Carajás, por exemplo. Além disso, a diminuição de R$ 525 milhões em ICMS de Parauapebas, de um ano para outro, ainda não se concretizou — e não se concretizará. Parauapebas encerrará 2025 com R$ 150 milhões a menos de ICMS em relação a 2024, e não R$ 525 milhões, conforme alardeia o desinformado prefeito.





