Apenas pela desativação de lagoa da estação de tratamento de esgoto do Rio Verde, Aurélio Goiano já pagou 31% a mais que Darci Lermen em todo o ano passado. E tem mais R$ 5 milhões no “gatilho”
Ele gritou, berrou, criticou e falou mal do ex-prefeito Darci Lermen, mas, ao que parece, o governo de Aurélio Goiano é cópia fiel, em versão piorada, do passado que o atual prefeito tanto criticou. E pior: é um governo guloso e mais caro para a população carregar nas costas.
A nova peripécia de Aurélio Goiano agora são os pagamentos destinados à empresa Infracon Engenharia, que já recebeu muitos milhões do Programa de Saneamento Ambiental de Parauapebas (Prosap) pela desativação da lagoa da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) situada no Bairro Rio Verde.
A situação é revelada na sessão da Câmara desta terça-feira (16) pela vereadora Maquivalda Barros (PDT), que ficou curiosa por entender a discrepância de pagamentos realizados à Infracon pelo governo de Aurélio Goiano este ano em relação a 2024. Maquivalda apresenta hoje o Requerimento nº 196/2025 para obter da Prefeitura de Parauapebas todos os documentos relacionados ao contrato firmado entre o Município e a Infracon.
A parlamentar apurou que, ao longo do ano passado, a empreiteira recebeu R$ 16.805.589,14. Já este ano, sob comando de Aurélio Goiano, a Prefeitura de Parauapebas pagou até o momento R$ 22.086.407,37, praticamente um terço acima de todo o valor de 2024, o que causa muita estranheza, especialmente em uma gestão que prometeu não manter contratos com empresas do governo anterior, mas cuja marca, na realidade, é a falta de transparência.
O Portal Notícias de Parauapebas descobriu que, além de todos esses pagamentos, o governo de Aurélio Goiano já liquidou outros R$ 5.011.399,53 para a Infracon, com agendamento previsto para pagamento em 31 de dezembro — mas obviamente essa montanha de dinheiro deve ser paga antes. Caso todas as notas pendentes da empreiteira com a administração municipal sejam pagas, a Infracon vai embolsar até o último dia deste ano R$ 30.846.394,60, de acordo com dados do Portal da Transparência.
Porém, o cidadão comum não consegue enxergar os serviços frutos desses milhões, uma vez que o esgoto continua correndo a céu aberto para 79% da população, de acordo com o Painel de Saneamento do Instituto Trata Brasil.
Confira aqui todos os pagamentos,Contrato – Infracon
Apagão de transparência
Outra proposição da vereadora Maquivalda ataca a falta de transparência do governo Aurélio Goiano com relação à construção de pontes em concreto armado na zona rural, um “feito” alardeado pela atual gestão com pompa e circunstância.
O Requerimento nº 181/2025 questiona o valor de R$ 851.229,72 pago no dia 1º deste mês ao consórcio formado pelas empresas RN Construção e Construtora Ponte Alta. Segundo a parlamentar, “a nota fiscal do serviço constante do Portal da Transparência possui caráter genérico” e registra somente uma medição entre 1º e 31 de julho deste ano, “sem discriminar em qual das pontes previstas no contrato os serviços foram efetivamente executados, tampouco apresentando detalhes técnicos que permitam aferir a correspondência entre os valores pagos e os serviços realizados”.
Por essa razão, a vereadora está solicitando da Secretaria Municipal de Obras (Semob) informações acerca de boletim de medição detalhado, relatórios fotográficos, diários de obra, cronograma físico-financeiro, entre outros documentos que possibilitem entender a dinâmica do pagamento.
Com seu “modus operandi” administrativo altamente questionado em órgãos de controle externo, Ministério Público e Poder Judiciário, Aurélio Goiano — antes autoproclamado “fiscal do povo” — também se vê na mira de vários parlamentares na Câmara, inclusive da própria base dele, que tem apresentado, muitas vezes, requerimentos do tipo “morde e assopra”, ainda assim escancarando as vísceras da falta de transparência e de indícios graves de malversação de recursos públicos.
O ex-vereador zoadento, que muito pouco produziu quando parlamentar para melhorar a qualidade de vida da população, agora prova do próprio veneno, muitas vezes dado de forma sutil até mesmo pelos aliados.





