Impopularidade daquele que se gaba por um dia ter alcançado 92 mil votos é gritante. Sem trabalho de relevância para mostrar e sem ter quem o defenda de maneira qualificada, Aurélio Goiano derrete, enquanto “caititus devoram onças” no governo cuja marca registrada são denúncias de improbidade
Ainda ecoam de forma preocupante nos ouvidos do prefeito Aurélio Goiano e de assessores próximos as sonoras vaias que o gestor municipal levou na última terça-feira (23), na Câmara de Parauapebas, durante sessão itinerante da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) para tratar da COP30. O episódio acendeu o alerta sobre a maneira como considerável parte do parlamento paraense enxerga a gestão de Aurélio Goiano: uma verdadeira tragédia.
Com a popularidade cada vez mais em baixa, o mal assessorado prefeito, que nada entende de gestão pública, tem provado do próprio veneno que destila contra adversários políticos. Em meio à Câmara lotada, nem mesmo a legião de puxa-saco comissionados que o prefeito carregou para demonstrar apoio a ele — alguns dos quais secretários de capacidade duvidosa — conseguiu livrar Aurélio Goiano do constrangimento que passou ao ser alfinetado por deputados.
O destaque ficou por conta do pronunciamento dos deputados Ivanaldo Braz (PDT) e Rogério Barra (PL), que criticaram a gestão de Aurélio em razão dos diversos indícios de corrupção e malversação de recursos públicos.
“Cationça”: os caititus comeram as onças
O deputado Braz levou a plateia ao delírio ao ironizar que em Parauapebas surgiu uma nova categoria na epopeia da fauna política: a “cationça”, mistura de caititu com onça. “Não existem mais em Parauapebas caititu e onça. Hoje, é cationça. Agora, quem defende o governo é caititu; quem é líder de governo é caititu; quem é ouvidor do município é caititu. Os caititus comeram as onças”, disparou Braz.
A metáfora revive a campanha eleitoral de 2024, quando Aurélio Goiano passou a se intitular onça e a chamar os eleitores do grupo adversário de caititus. Porém, após ser eleito, o prefeito começou a trair os de sua laia e passou a empoderar e supervalorizar os ditos caititus, inclusive catetos que fracassaram em gestões anteriores e mesmo que eram críticos ferrenhos do comportamento esdrúxulo de Aurélio Goiano, quando este era vereador.
A didática de Braz foi em resposta a falas desconexas do deputado Wescley Tomaz (Avante), que, ao tentar defender o prefeito Aurélio Goiano, de seu partido, trouxe informações levianas e sem contexto sobre a realidade de Parauapebas. O episódio demonstrou o despreparo de todos os que rodeiam Aurélio Goiano e a falta de argumentos para defendê-lo.
Mentiras de Aurélio Goiano em destaque
O deputado Rogério Barra foi outro que chamou o prefeito Aurélio Goiano de mentiroso em alto e bom som. Demonstrando estar antenando aos acontecimentos da Capital do Minério, Barra não poupou críticas à gestão municipal, relacionadas à indicação da irmã do prefeito ao cargo de titular da Secretaria Especial de Governo (Segov), à promoção de shows milionários para tentar engrenar — sem sucesso — o nome da esposa, à quebradeira do comércio local por dispensas de licitação a empresas forasteiras e até mesmo à suposta má gestão de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Em suas redes sociais, Barra escreveu que “o prefeito falador de Parauapebas é o retrato da enganação”. Segundo o deputado, Aurélio Goiano é “o maior estelionatário eleitoral” e que atualmente “não passa de um caititu domesticado, mamando dinheiro público sem pudor”.
Para Rogério Barra, as contradições do governo de Aurélio Goiano “escancaram a farsa: de um lado, anuncia colapso financeiro; de outro, promove evento milionário para enaltecer a própria mulher”. O deputado ainda observa que o prefeito “loteou a máquina pública com a parentada e ainda abriu espaço para empresários de fora do Pará faturarem alto às custas da cidade, enquanto o comércio local fica só olhando, de mãos abanando”.





