Parauapebas Política

Vereadora Maquivalda expõe ‘bagaceira’ em contratos de limpeza pública de Aurélio Goiano

 

Governo atual disparou contratos e aditivos que somam R$ 53,272 milhões, 85% acima dos R$ 28,83 milhões em contratos no governo Darci. Mas coleta de lixo melhorou e cidade ficou mais limpa? Não é isso o que dizem populares. A coisa é feia e já está na mira do Ministério Público com farto material.

Perguntar não ofende, e Aurélio Goiano, que tanto mente e gosta de se mostrar falante, bem que poderia ter a resposta na ponta da língua: o que tanto foi feito em Parauapebas com R$ 53,272 milhões que o prefeito contratou para coletar o lixo e limpar a cidade, sendo que a sujeira está por toda parte, principalmente nos bairros periféricos e na administração?

A vereadora Maquivalda Barros (PDT) bate cabeça para descobrir onde foi parar tanto dinheiro, que daria para custear durante dois anos a folha de pagamento dos atuais 224 servidores da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb), na qual mais da metade do pessoal não é concursado.

Acontece que Aurélio Goiano ignorou contratos vigentes — e mais baratos — para coleta de lixo e limpeza pública que vinham do governo anterior e resolveu inovar, do tipo “pague mais, leve menos”. Entre outros feitos “magníficos”, ele rescindiu o contrato com a empresa Transcidade Serviços Ambientais em abril deste ano, a qual fazia a coleta domiciliar urbana, para disparar várias dispensas de licitação megamilionárias pelos mesmos serviços.

A primeira beneficiada foi o tal Consórcio Ressol, que faturou em maio um contrato de R$ 34,812 milhões voltado à coleta e manejo de resíduos sólidos, bem como limpeza de vias públicas. O conchavo feito entre o governo de Aurélio Goiano e o consórcio ignora coleta, transporte, tratamento e destinação dos resíduos gerados por estabelecimentos de saúde, o chamado lixo patológico.

A empresa Cindertech Gestão de Resíduos Perigosos, por seu turno, foi contratada por Aurélio Goiano em julho para a coleta do lixo patológico por R$ 466 mil. Adicionalmente, o prefeito autorizou um aditivo no valor de R$ 1,73 milhão com a empresa M & N Empreendimentos Ltda para armazenar e transportar resíduos sólidos em caçambas estacionárias.

Não bastasse tudo isso, Aurélio Goiano contratou por dispensa de licitação a empresa Ambiental Novo Ciclo, também conhecida por Ricardo A de Lima Martins Ltda, pela “bagatela” de R$ 16,263 milhões a pretexto de realizar roçagem, poda, limpeza e manutenção de canais, lagos e galerias.

Até o momento, já foram pagos R$ 21,461 milhões distribuídos ao Consórcio Ressol (R$ 19,542 milhões), à Ambiental Novo Ciclo (R$ 1,355 milhão), à M & N Empreendimentos (R$ 458 mil) e à Cindertech (R$ 105 mil).

No entanto, na comparação direta entre os contratos de Aurélio Goiano (R$ 53,272 milhões) com os gastos de Darci no ano passado (R$ 28,83 milhões) pelos mesmos serviços de limpeza pública, é possível verificar que o governo atual inflacionou em 85% o custo com asseio urbano, nada visto até então em Parauapebas.

Nos cálculos da vereadora Maquivalda, os gastos totais com limpeza urbana, incluindo-se pagamentos feitos por Aurélio Goiano a contratos da gestão passada, totalizam quase R$ 52 milhões no período de janeiro a agosto deste ano. E olha que ainda falta pagar cerca de R$ 31,811 milhões dos contratos que o prefeito já firmou.

Ministério Público investiga

Diante de indícios de superfaturamento de contratos destinados à limpeza urbana por parte da gestão de Aurélio Goiano, Maquivalda e seus colegas vereadores Érica Ribeiro (PSDB), Fred Sanção (PL) e Zé do Bode (UB) não se fizeram de rogados e assinaram uma denúncia complementar, com fatos novos e riquezas de detalhes, para encorpar denúncia anterior feita ao Ministério Público sobre o caso da coleta de lixo.

Eles enviaram cópias de contratos, relatórios fotográficos de vistorias e fiscalizações, requerimento parlamentar pedindo informações ao Poder Executivo, mas que foi negado em sessão legislativa, e até diversos depoimentos de trabalhadores das empresas de limpeza, bem como de populares.

Com sua equipe técnica de capacidade questionável para fazer o certo com dinheiro público, Aurélio Goiano vai deixando diversos rastros administrativos nos quais ele próprio vai acabar caindo, mais cedo ou mais tarde. O prefeito parece ter senso de impunidade elevado, o que é perigoso para uma gestão como a dele, com índice recorde de rejeição em primeiro ano de mandato e que vem desagradando até mesmo aliados de primeira hora.

Em contexto de limpeza pública, superfaturamento e má gestão de recursos públicos, nem todo mundo apoia a sujeira.