Parauapebas Política

Com Aurélio Goiano, Semurb já devorou R$ 56 milhões em apenas 18 notas fiscais

 

Levante a mão quem já recebeu alguma melhoria na porta de casa com os quase R$ 90 milhões que Herlon Soares torrou à frente da pasta de Urbanismo. Entretanto, maior parte dos “sortudos” é de fora

Mais da metade do dinheiro que Herlon Soares fez evaporar da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb), com as bênçãos do prefeito Aurélio Goiano, saiu por dispensa de licitação. Já são R$ 50 milhões pagos em contratações emergenciais, algo até então nunca visto na história de Parauapebas. A maior parte dos pagamentos foi feita com royalties de mineração, na ordem de R$ 62,33 milhões.

Não vai demorar para homens do Gaeco ou da Polícia Federal aparecerem de surpresa para entender um pouco mais sobre a destinação de tantos pagamentos milionários com recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).

Tanto dinheiro com fartura e à disposição, mais até em relação às prefeituras de onde saiu, motiva Herlon a certamente não pensar em ser prefeito nas terras pelas quais passou porque não compensa o estresse. Em Parauapebas, tudo vem sendo mais simples e fácil, ao arrepio da lei, e atualmente prospera a supervalorização da incompetência técnica em detrimento das reais necessidades da população.

Na Semurb, cujos serviços de melhoria na urbanização o parauapebense não vê, a prioridade são os grandes empresários e as empresas de fora, que foram beneficiários de 35 pagamentos frutos de contratação direta. O Consórcio Ressol, por exemplo, já embolsou R$ 24,673 milhões com a maior facilidade do mundo para fazer serviços de coleta e manejo de lixo e limpeza de ruas. O consórcio foi criado da noite para o dia apenas com essa finalidade.

A empresa Transcidade Ambiental levou R$ 18,011 pelos mesmos serviços atualmente prestados pela Ressol, ao passo que a empresa Novo Ciclo já levou R$ 6,776 milhões da pasta de Urbanismo por serviços de roçagem, poda, limpeza e manutenção de canais e outros espaços públicos.

Na prática, muito embora o vereador sem pauta Zé da Lata — pai do prefeito Aurélio Goiano — minta constantemente da tribuna da Câmara de Parauapebas, alegando que o município tem “recurso mínimo, recurso bem reduzido”, nem ele nem o filho conseguem explicar o que foi feito com R$ 1,9 bilhão em pagamentos pela administração municipal.

Eles também não conseguem justificar as cerca de 100 notas fiscais já emitidas com valor superior a R$ 1 milhão, no que se configura a maior exportação de recursos públicos em nível municipal do Pará — e 18 dessas notas, totalizando R$ 55,97 milhões, saíram da Semurb. Condenado ao fracasso e a levar Parauapebas junto ao buraco, o governo de Aurélio Goiano não consegue sequer justificar sua existência.