O que está à mostra, no Portal da Transparência, são notas com valores milionários lançadas este mês, principalmente pela Semurb e pela Semed. Maior parte dos beneficiários é forasteiro
O despreparo do prefeito Aurélio Goiano e sua “equipe técnica” é gritante. Com um mandato no estilo “cheque em branco” conferido pela população de Parauapebas, que atualmente tem repulsa à gestão, Aurélio Goiano não sabe o que faz com tanto dinheiro. E nem a população sabe o que ele faz.
Neste mês de outubro, que ainda sequer chegou ao fim, a Prefeitura de Parauapebas já faturou R$ 205,5 milhões que o governo desengonçado de Aurélio está torrando sem qualquer critério e cuja destinação é incerta e não sabida.
Aliás, se serve de consolo à gestão municipal, a única destinação líquida e certa é a folha de pagamento, que vai consumir um terço da arrecadação deste mês, muito embora vereadores da base de sustentação de Aurélio Goiano — muito desinformados, por sinal — insistam em dizer que a despesa com pessoal do Poder Executivo municipal seja de “mais de R$ 100 milhões por mês”, o que nem de longe é realidade.
Forasteiros fazem a festa na Semurb
Um exemplo do “trabalho relevante” de Aurélio Goiano neste mês de outubro é a emissão de centenas de notas fiscais para pagamentos que totalizam R$ 45,834 milhões, de acordo com o Portal da Transparência. No meio do emaranhado de notas, estão as das dispensas de licitação milionárias das secretarias de Urbanismo (Semurb) e Educação (Semed).
Com os mais de R$ 200 milhões — que Aurélio Goiano ainda acha ser pouco dinheiro —, a Semurb, comandada pelo forasteiro Herlon Soares, planeja distribuir dinheiro, muito dinheiro, à Ressol Resíduos Sólidos (R$ 5.130.676,07) e à igualmente forasteira Ambiental Novo Ciclo (R$ 2.710.567,89), que tem sede em Marabá.
Meio bilhão na Semed e resultado zero
Já na Semed, de onde já se torrou uma quantidade de recursos suficientes para sustentar 90% dos municípios brasileiros, uma das notas (R$ 1.266.118,84) é para pagar a também forasteira WEX e Draw, empresa com sede em Franca (SP) e titular de contrato megamilionário para fornecimento de combustíveis à administração municipal.
A secretária Maura Paulino, advogada alheia a Direito Público, a Direito Administrativo e à Lei de Licitações e Contratos, tem outras 61 notas fiscais emitidas este mês para pagar, de acordo com o Portal da Transparência, tudo com recursos do Fundo Municipal de Educação. A Semed, aliás, já empenhou mais de meio bilhão de reais (precisamente R$ 502,45 milhões), e olha que ainda faltam mais de dois meses para o ano acabar.
Enquanto isso, o ensino e a aprendizagem definham na rede pública municipal, com profissionais efetivos temerosos pelo que chamam de “novas surpresas” ou “maluquices” de um governo marcado por festival de denúncias de assédio moral nas escolas e contratações públicas ao arrepio da lei.
Equipe técnica endivida Parauapebas
Mesmo com tantos milhões em dinheiro público entrando em caixa todo mês, o governo de Aurélio Goiano consegue estar devendo na praça quase R$ 66,54 milhões em notas liquidadas, mas não pagas. Se forem consideradas as notas já empenhadas, os débitos chegam a R$ 288,7 milhões. Na educação, o passivo é de R$ 37,62 milhões, ao passo que na saúde totaliza em R$ 35,29 milhões.
A cada dia, ficam claras a marca e a qualidade do trabalho desenvolvido por Aurélio Goiano em Parauapebas: a receita entrando e pagamentos de notas fiscais por serviços suspeitos saindo, a maior parte contratados por dispensa de licitação. A realidade de um dos mandatos mais impopulares e controversos da história da Capital do Minério passa ao largo da propaganda institucional e das reais necessidades da população.





