O “rei” de Parauapebas menospreza até mesmo requerimentos e demais proposições de vereadores de sua base, escancarando desprestígio histórico e moral baixa a que Câmara chegou na atual legislatura. Vereadores que apoiam Aurélio são usados como marionetes por prefeito e equipe técnica
As sessões legislativas na Câmara de Parauapebas têm sido marcadas pelo enquadramento do chefe do Poder Executivo municipal, e vereadores da base governista se mostram cada vez mais aperreados e sem assunto para defender as aberrações administrativas cometidas pelo prefeito Aurélio Goiano e desvendadas por vereadores como Maquivalda Barros (PDT), Zé do Bode (União Brasil) e Fred Sanção (PL).
Na sessão desta segunda-feira (27), os parlamentares prepararam um combo de seis requerimentos direcionados ao governo do autoproclamado “Doido”, que tem menosprezado os pedidos de informação, fazendo “cara de paisagem”.
Aurélio Goiano tem ignorado, inclusive, pedidos de vereadores de sua base de sustentação, o que demonstra o desprestígio e a subserviência como nunca antes do parlamento ao “rei”, que deita e rola sobre seus súditos parceiros de “reconstrução”, verdadeiras marionetes na gestão marcada por uma “equipe técnica” que está levando a Capital do Minério a uma quebradeira sem fim.
Defesa da mulher
A vereadora Maquivalda quer, por intermédio do Requerimento nº 251/2025, que o Executivo municipal repasse informações sobre a constituição do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), sob a batuta da Secretaria Municipal da Mulher (Semmu), pasta comandada pela inexpressiva e polêmica Beatriz Ramos, esposa de Aurélio Goiano. A parlamentar descobriu estar havendo atraso na instituição de um novo conselho, instrumento essencial de controle social, formulação e acompanhamento das políticas públicas voltadas às mulheres.
De acordo com o Portal da Transparência, Beatriz Ramos já torrou R$ 10,667 milhões da Semmu, dos quais R$ 2,201 milhões saíram do Fundo Municipal dos Direitos da Mulher. Contudo, sem um conselho efetivo para apurar os gastos públicos, tudo corre sem lei, sem corte e sem censura. A única certeza é de que em nada esses muitos milhões mudaram a vida das 155 mil parauapebenses do sexo feminino.
Serviços do Saaep
O vereador Fred Sanção enfiou dois requerimentos no colo de Aurélio Goiano para questionar os serviços prestados pela autarquia de abastecimento. Pelo Requerimento nº 252/2025, Fred quer entender melhor os métodos utilizados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep) para cortes de água que envolvem quebra de calçadas e se há alternativas menos invasivas e afrontosas à acessibilidade urbana.
Já com o Requerimento nº 253/2025, o parlamentar busca do Saaep, bem como da Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror), o mapeamento das comunidades rurais de Parauapebas que estão desassistidas do serviço de água potável. Dados do Instituto Trata Brasil revelam que, hoje, cerca de 55 mil parauapebenses não têm acesso a água encanada, e pior: 215 mil não têm acesso a esgotamento sanitário.
Atenção ao PSS
Já o vereador Zé do Bode fez o Requerimento nº 255/2025 para obter da Defesa Civil local informações sobre medidas voltadas ao enfrentamento dos pontos de alagamento em Parauapebas no período chuvoso que se avizinha. Ele também pediu, via Requerimento nº 256/2025, esclarecimentos da Secretaria Municipal de Segurança Institucional (Semsi) acerca dos procedimentos adotados pelo Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT) quanto à custódia de veículos apreendidos em fiscalizações do órgão.
Mas o ponto alto das proposições de Zé do Bode foi o pedido de informações à Secretaria Municipal de Administração (Semad) sobre os rumos do Processo Seletivo Simplificado (PSS), via Requerimento nº 257/2025. O PSS tem sido alvo de intensos questionamentos sobre a sua lisura em razão de áudios vazados de vereadores da base de Aurélio Goiano indicando dar “jeitinho” para colocar seu curral eleitoral.





