Na Sehab, empresa de Tucuruí que mexe com tudo, menos política habitacional, faturou R$ 24,5 mil em duas dispensas nos dias 7 e 26/11. Já a Semas fez dois pagamentos a uma consultora de Rio Branco (AC), em 24/11 e 3/12, para fazer o que gente da cidade faria melhor
‘Deixa o homi trabaiá que ele não para!’ Essa é a frase que alguns puxa-saco do prefeito Aurélio Goiano vociferam por aí, alegando que seu ídolo está trabalhando para “reconstruir” Parauapebas. E, diferentemente das falas do gestor, que mente e nem sente, a pérola dos chamados “babões” não é uma completa inverdade. Só é preciso explicar direitinho para quem Aurélio está trabalhando e distribuindo o dinheiro do povo parauapebense.
Desde que assumiu como prefeito, em 1º de janeiro, Aurélio Goiano e sua desencontrada “equipe técnica” têm se mostrado a serviço de empresários forasteiros e contra o povo de Parauapebas, inclusive contra seus próprios eleitores, boa parte dos quais — para não dizer a maioria — tem repulsa ao gestor atualmente.
Investido de uma vã e insana aura de imperador, Aurélio Goiano tem passado por cima da legalidade, da moralidade e da probidade administrativa para privilegiar e favorecer empresas de fora, nas quais já despejou mais de meio bilhão de reais, o equivalente a 25% do que o município de Parauapebas arrecadou este ano. É uma espécie de crime de lesa-pátria.
Se for considerado apenas o recurso disponível para investimentos, já descontados o pagamento da folha e os encargos sociais, o governo do autointitulado “Doido” investiu 60% do dinheiro de Parauapebas no que seria equivalente a “paraísos fiscais”, CNPJs com sede fora da Capital do Minério. É a maior exportação de divisas já vista na história do Pará.
Desprezo a empreendedores locais
Enquanto prefeitos de todos os lugares brigaram para atrair investimentos, Aurélio Goiano vai na contramão e faz pagamentos a empresas e sujeitos forasteiros, em franco desapego ao lugar, às pessoas e às entidades que o ajudaram a chegar ao poder.
No mesmo compasso, setores locais de comércio e serviços vão derretendo, muito embora resistam bravamente escorados nos salários pagos pela prefeitura e pela mineradora multinacional Vale, sem os quais centenas de pequenos empreendedores já teriam fechado as portas, visto não haver fomento por parte do governo de Aurélio Goiano no sentido de contratar empresas locais para rachar os gordos contratos públicos da prefeitura.
Nas últimas duas semanas, mais dois endereços forasteiros ganharam mole-mole, via dispensa de licitação, alguns milhares de reais de Parauapebas dados por Aurélio Goiano e sua turma. Está no ar a farra das consultorias, que o Notícias de Parauapebas desvenda agora.
Sehab exporta R$ 24,5 mil em 19 dias
Para Tucuruí, a 420 quilômetros de Parauapebas, seguiram R$ 12.500,00 via Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), que contratou “consultoria” para criar um tal Núcleo Municipal de Conciliação Fundiária. A sortuda é a Redenção Negócios, empresa aberta há dez meses e que, em seu cadastro, diz mexer com tudo (de peixaria a obras de fundação), menos com consultoria para conciliação fundiária.
A empresa Redenção Negócios, aliás, não levou daqui só isso: abocanhou R$ 12.000,00 da mesma secretaria dias antes para, pasmem, dar “oficina técnica”. E tudo muito rápido: um pagamento no dia 7 de novembro e outro no dia 26, apenas três semanas após.
É como se Parauapebas, com cerca de 310 mil habitantes, não tivesse empresa competente e apta a prestar o serviço — que, diga-se de passagem, pode ser executado por servidores do quadro do Município — e fosse preciso buscar em Tucuruí, que tem 100 mil moradores, a salvação da lavoura para os problemas da Sehab, uma pasta que, em termos de gestão, está jogada às traças, embora siga viva com a força de seus servidores concursados e temporários.
Semas exporta R$ 25,2 mil em 9 dias
E, sim: o governo de Aurélio Goiano foi capaz de ir mais longe, literalmente. A tal equipe técnica do prefeito que está corroendo a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) foi buscar em Rio Branco, capital do Acre, a 3.210 quilômetros de Parauapebas, a “solução” para as ações denominadas “família acolhedora”.
Detalhe: exportaram mais R$ 12.600,00 a uma consultora que, segundo a Semas, presta “serviçios” (sim, “serviçios”, com “vícios” mesmo, como a própria Semas descreve), ou melhor, serviços técnicos especializados que qualquer assistente social ou psicólogo do município faria com muito mais propriedade, por conhecer e reconhecer a realidade local.
Para piorar a situação, a Semas pagou em menos de dez dias duas dispensas à mesma tal consultora, totalizando R$ 25.200,00 — uma no dia 24 de novembro e outra anteontem, dia 3 de dezembro.
Os absurdos, na gestão de Aurélio Goiano, precisam acontecer de forma célere para não dar tempo de a equipe técnica ser pega com a boca na botija, e a justiça parar a brincadeira Mas esses absurdos sempre vêm à tona. Inclusive, nos próximos dias, o Notícia de Parauapebas vai revelar mais pagamentos milionários a novos e velhos forasteiros, que estão “mamando” no governo do “Doido”. E é só a ponta do iceberg.
Confira nos links abaixo:
Nota fiscal da consultoria técnica via Semas | Rio Branco (AC) | R$ 12.600,00
Pagamentos pelos “serviçios” de consultoria via Semas | R$ 26.200,00
Nota fiscal da consultoria via Sehab | Tucuruí (PA) | R$ 12.500,00
Pagamentos pela consultoria e oficina via Sehab | R$ 24.500,00
