Prefeito e sua “brilhante” equipe técnica já utilizaram R$ 12,25 milhões, mas não fizeram nada de novo: apenas pagaram dívidas de contratos que até vêm sendo denunciados na justiça por indícios de irregularidades. Não fosse dinheiro da Vale, empresas “mui amigas” levariam calote
O portal Notícias de Parauapebas identificou até hoje (9) pelo menos cinco pagamentos feitos com os R$ 30 milhões repassados pela Vale a tramoias e cambalachos arquitetados pela equipe técnica de Aurélio Goiano. Os desembolsos já chegam a R$ 12,25 milhões distribuídos a quatro CNPJs: Laca Engenharia, com sede em Belém; JR Construtora Pimentel, com sede em Lago da Pedra (MA); Amazon Serviços, com sede em Macapá (AP); e Consórcio Vitória, única empresa com sede em Parauapebas.
A primeira abençoada a “papar” da “mamadeira” do autoproclamado “Doido” foi a construtora forasteira JR Pimentel. Menos de 24 horas após a Vale creditar os R$ 30 milhões à prefeitura, a JR já estava com R$ 937 mil no bolso. Escolhida a dedo pela equipe técnica de Aurélio Goiano, a empreiteira ganhou uma carona para dar manutenção em prédios da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
A Semsa pagou esses R$ 937 mil no dia 21 de outubro para quitar serviços constantes do segundo boletim de medição e, 16 dias depois, em 6 de novembro, sem muito a JR ter feito, a secretaria pagou à empresa R$ 1,366 milhão pelos mesmos serviços em um tal terceiro boletim de medição.
R$ 4,6 milhões “facin facin”
Quem quiser ganhar dinheiro fácil assim precisa pegar uma mentoria com a Amazon Serviços, que atende nos cadastros da Receita Federal pelo nome de I de Oliveira da Silva Ltda. Com sede no Amapá, essa empresa abocanhou no dia 23 de outubro, via Secretaria Municipal de Obras (Semob), R$ 4,614 milhões dos recursos doados pela Vale para, segundo consta, executar tapa-buraco. Mas não é, nem de longe, um tipo de serviço que tem deixado o parauapebense muito feliz.
No dia 24 de outubro, a sortuda da vez foi o Consórcio Vitória, que recebeu R$ 3,26 milhões via Semob, e voltaria a receber outros R$ 1,39 milhão em 12 de novembro. Diz a secretaria que o consórcio pavimentou as 2ª, 7ª e 8ª do Bairro Cidade Jardim, embora a qualidade dos serviços não seja exatamente o forte da pasta comandada por Roginaldo Rebouças, que pagou dois boletins de medição na velocidade da luz.
Cadê a prestação de contas?
Já forasteira Laca embolsou do recurso da Vale repassado à Prefeitura de Parauapebas R$ 687,3 mil, também via Semob, pasta que, diga-se de passagem, se tornou atualmente um antro de denúncias de toda ordem. O repasse teria sido feito para quitar o segundo boletim de medição por serviços de construção de redes de drenagem e pavimentação que supostamente teriam sido realizados no Bairro Montes Claros. A qualidade dos serviços? Pergunte aos moradores, principalmente após as últimas chuvas.
Enquanto ataca a Vale por onde passa, o Governo Aurélio Goiano faz e acontece na calada da noite com os recursos que a mineradora acordou repassar ao município em benefício dos cidadãos parauapebenses. Não há prestação de contas e transparência com a utilização dos recursos, o que levanta sérias suspeitas sobre a destinação de tanto dinheiro.
Resta saber se, diante de um festival de indícios de irregularidades, a mineradora vai continuar a repassar recursos para financiar ataques gratuitos e sem propósito de Aurélio Goiano aos bons modos e à urbanidade, já que os tantos milhões, se canalizados para pagar dívidas a forasteiros, não estão cumprindo a função social de melhorar as condições de vida do povo de Parauapebas, e sim melhorar a vida de meia dúzia de empresários fora dos limites municipais.





