História é tão cabeluda quanto lendas do Curupira, da Caipora e do Pé de Garrafa, mas juiz Lauro Fontes Júnior sabe desvendar com maestria. Trapaças, falcatruas e cambalachos protagonizados pela “equipe técnica” do autointitulado “Doido” agora viraram pesadelo de assombrar a eles mesmos
Ninguém sabe a quem exatamente a gestão de Aurélio Goiano quer enganar no enredo tragicômico e de triste realismo fantástico envolvendo a ponte fantasma — se a sociedade, se os colonos, se o Ministério Público, se o Poder Judiciário. Mas uma coisa é certa: o prefeito e sua desqualificada equipe técnica vão ter problemas mais cedo ou mais tarde diante de tantas falcatruas alucinantes que prejudicam o dia a dia do cidadão de bem.

Neste final de semana, diversos colonos enviaram imagens ao portal Notícias de Parauapebas sinalizando terem “descoberto” a ponte pela qual Aurélio Goiano e sua trupe da Secretaria Municipal de Obras (Semob) pagaram R$ 1,5 milhão, valor de assustar qualquer bom senso, sobretudo porque estrutura alguma foi construída.
As imagens que os cidadãos estão compartilhando tratam-se, na verdade, do que viria a ser uma ponte sobre o Rio Piabanha no governo de Aurélio Goiano. Viria — mas sequer começou a ser.
Para minimizar a grave encrenca fantasmagórica em que se meteu por pagar ponte que nunca saiu do papel, a equipe técnica do prefeito na Semob correu e instalou outdoor indicando construção de uma ponte por meio do contrato de número 2025001. Porém, a agonia em contar mentira foi tamanha que o contrato também é fantasma: ou não existe, ou simplesmente nunca foi inserido no Portal da Transparência, a fim de dificultar o controle social e dos órgãos de fiscalização.
Juiz de olho na lenda da ponte
A dor de cabeça do secretário Roginaldo Rebouças e do engenheiro civil Manoel André Fulco, fiscal do contrato da ponte fantasma, não para por aí. Eles estão dando respostas vagas ao Poder Judiciário e pedindo prazos, na tentativa de enrolar o juiz Lauro Fontes Júnior, titular da Vara da Fazenda Pública e Execução Fiscal, que está de olho na cachorrada da Semob.
Em vão, pois cada nova tramoia do governo atual denunciada ao magistrado faz com que este se especialize em decifrar o “modus operadi” de esquemas, cambalachos e trapaças arquitetados pela equipe técnica de Aurélio Goiano.
Entre pontes e contratos fantasmas, os colonos de Parauapebas seguem com muita dificuldade de se deslocar pelas longas estradas da zona rural. O governo de Aurélio Goiano já torrou R$ 40,22 milhões em “manutenção de pontes e vias rurais”, de acordo com o Portal da Transparência, mas ninguém percebeu a melhoria e ninguém sabe para onde tanto dinheiro foi canalizado.
A certeza do momento é que R$ 1,5 milhão foi gasto com uma ponte que nunca saiu do papel e ninguém no governo de Aurélio consegue explicar o mistério inconveniente. A história da ponte fantasma está deixando de cabelo em pé o clã — a equipe nada técnica — do autoproclamado “Doido”, cujos gastos com forasteiros também são de arrepiar.





