Prefeito, que passa tempo olhando pelo retrovisor, só não comenta que seu governo deve mais de R$ 100 milhões na praça e já empenhou do orçamento um valor R$ 200 milhões acima da receita efetiva
Neste momento, enquanto o prefeito Aurélio Goiano conta mentira ou fala alguma besteira por aí, o município de Parauapebas está deixando de arrecadar ao menos R$ 417 mil em receita livre de deduções legais. Desde que se sentou na cadeira de prefeito, Aurélio Goiano — que fala demais e trabalha de menos — ficou imóvel ao ver a Capital do Minério perder mais de R$ 100 milhões, valor que equivale à atual dívida da prefeitura na praça.
Com uma política esquizofrênica de entregar contratos a empresas forasteiras, desprestigiando prestadores de serviços e fornecedores locais, como inúmeras vezes denunciado pela vereadora Maquivalda Barros (PDT), Aurélio Goiano está conseguindo o “milagre” de quebrar Parauapebas, como se a sua gestão que nem bem se iniciou estivesse em reta final.
Diferentemente do ex-prefeito Darci Lermen, que não se fazia de rogado quando a receita declinava e, ainda assim, incentivada os recursos públicos a girarem em âmbito local, Aurélio Goiano dá milho aos pombos e, orientado por uma “equipe técnica” de competência duvidosa, não faz nada muito além de reclamar da queda das receitas, sobretudo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).
Receita caiu R$ 100 milhões
De janeiro a agosto do ano passado, sob comando de Darci, a Prefeitura de Parauapebas arrecadou R$ 1,626 bilhão. Este ano, no mesmo período e sob batuta de Aurélio, a receita líquida despencou para R$ 1,524 bilhão.
Darci viveu altos e baixos na receita. Contudo, embora tenha recebido em 2017 uma fatia de ICMS em percentual drástico da gestão de Valmir Mariano, o antecessor de Aurélio correu atrás de melhorar a arrecadação. Já ele, Aurélio, faz o contrário: vale-se da queda da receita para fazer palanque político e se vitimizar, mas se esquiva de assumir a responsabilidade de despejar centenas de milhões da prefeitura em contratos suspeitos com empresas de fora do município, o que levou Parauapebas a uma quebradeira não vista em quase uma década.
Nos últimos três anos da gestão de Darci Lermen, a receita de Parauapebas vinha crescendo, muito embora em ritmo mais lento e preocupante, diante da diminuição da produção mineral na Serra Norte de Carajás. Ainda assim, é com Aurélio Goiano — que privilegia empresários forasteiros que o ajudaram a chegar ao poder — que a frenética falência da Capital do Minério está se consumando.
Desesperado para faturar, o prefeito colocou o Departamento de Arrecadação Municipal (DAM) e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saaep) para emitirem boletos loucamente e caçarem os moradores, especialmente os inadimplentes. O DAM cobra o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e o Saaep cobra por “água e esgoto”, serviços estes frequentemente inexistentes onde eram para chegar.
R$ 100 milhões em dívidas
Aurélio Goiano não conta que a dívida feita por seu governo já passa de R$ 100 milhões na data de hoje, quinta-feira (11). De acordo com informações do Portal da Transparência, a gestão tecnicamente atabalhoada de Goiano já liquidou R$ 1,485 bilhão em notas, mas só deu conta de pagar R$ 1,383 bilhão. Para piorar, já foram empenhados R$ 1,76 bilhão.
Até 31 de dezembro, vai ser o maior corre-corre da contabilidade fajuta e cara de Aurélio Goiano para anular empenhos e notas a fim de encerrar o ano fiscal.
Para a tarefa de orientá-lo a cometer gafes administrativas e trapalhadas, o prefeito escalou empresas de contabilidade acostumadas a cuidar apenas de municípios minúsculos, as quais agora assessoram uma administração complexa e de caixa robusto como a de Parauapebas. O caos nas finanças, por amadorismo e inexperiência, foi anunciado.
Hoje, a Prefeitura de Parauapebas sucumbe à exportação de seus milhões, enquanto o prefeito insiste em atacar gestores passados, como se a atual responsabilidade administrativa não fosse sua. Ele promove isso para confundir a opinião pública e faz exatamente tudo — de forma piorada — que criticou no passado.
São esses os novos tempos de reconstrução: um verdadeiro desmonte administrativo, inclusive das finanças, que outrora foram orgulho para Parauapebas.





