Exemplos não faltam: Pavifênix, por exemplo, teve apenas duas notas fiscais emitidas, que totalizam R$ 20,45 milhões, mas empreiteira forasteira recebeu de fato R$ 27,54 milhões de Aurélio e Glauton
Em um curto período de nove meses incompletos de governo, o prefeito Aurélio Goiano já distribuiu mais milhões do caixa de Parauapebas que a Mega Sena. O ex-paladino da moral e dos bons costumes só não consegue explicar como R$ 186.741.154,76 — apenas em notas de mais de R$ 1 milhão — foram embora tão rápido, já que o caos administrativo e a quebradeira se instalaram na Capital do Minério.
A primeira nota graúda da era do “Doido” — como ele mesmo se intitulava durante campanha — ficou pronta em 3 de janeiro, apenas 72 horas após Aurélio se sentar na cadeira de chefe do Poder Executivo. Foi a emissão de nota fiscal mais rápida da história. De “doido” para espertalhão, foi um pulo: bastou Aurélio ter o “poder da caneta”.
No valor de R$ 1.181.607,27, a primeira “bênção” meteórica do ano saiu para a empresa Urban Tecnologia, via Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb), uma das pastas mais frequentemente usadas para realizar negociatas suspeitas.
No entanto, as notas mais robustas viriam mais tarde e seriam da forasteira Pavifênix, dona do polêmico contrato de tapa-buraco, cujos serviços entraram para os anais de Parauapebas como “asfalto sonrisal” de tão malfeitos e precários.
R$ 7 milhões: cadê as notas?
Mesmo em meio às críticas, Aurélio Goiano e seu secretário de Fazenda, Glauton de Sousa, recepcionaram notas fiscais da Pavifênix em 10 de abril, no valor de R$ 9.851.973,26, e 13 de maio, no valor de R$ 10.597.590,81.
Pela lógica, Aurélio e Glauton teriam pago R$ 20.449.564,07 pelas duas notas da Pavifênix. Mas que ninguém se iluda: os pagamentos à empreiteira forasteira totalizam R$ 27.542.963,45, mais de R$ 7 milhões acima da soma das notas disponíveis no Portal da Transparência do Município de Parauapebas. Então, cadê as notas do restante dos pagamentos efetuados?
Ninguém sabe. Devido à repercussão altamente negativa das notas fiscais da empresa, o governo atual passou a omitir documentos a fim de evitar o controle social, afrontando sem qualquer pudor as normas de transparência dos atos administrativos e dos gastos públicos.
Esse apagão de informações acabou por revelar as reais intenções do grupo de Aurélio Goiano. E a população, que não é boba, já tirou as conclusões.





