Parauapebas

Governo Aurélio Goiano consome recursos federais da educação com aluguéis

Recurso do Salário Educação, que deveria ser investido em formação dos profissionais de ensino, está indo parar no bolso de donos de prédios alugados para a Semed. Enquanto isso, professores descem a lenha na gestão, denunciando casos de assédio nas escolas, e alunos desmentem governo

O deputado estadual Rogério Barra vai ter um oceano de indícios de irregularidades para complicar a gestão cada vez mais desequilibrada e desastrosa de Aurélio Goiano. E o estopim será a educação, onde a falta de noção com a utilização de recursos públicos é gritante.

A mais nova peripécia do momento é a destinação que Aurélio Goiano e sua secretária de Educação, Maura Paulino, estão dando ao Salário Educação, um recurso federal voltado ao financiamento da educação pública. De acordo com dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a União repassou R$ 24 milhões em Salário Educação ao município de Parauapebas entre janeiro e setembro.

O problema é saber o que foi feito com esse recurso. No Portal da Transparência da Prefeitura de Parauapebas, há indicação de que R$ 4,449 milhões já foram consumidos pelo governo de Aurélio Goiano, e o que chama atenção é o fato de que 42% desse valor evaporou com pagamento de aluguéis.

Sim, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) pagou R$ 1,898 milhão por locação de imóveis, na contramão de promessas de Aurélio Goiano de que iria acabar com a “farra dos aluguéis”. Foram efetuados 92 pagamentos por Maura Paulino, com valores que variam de R$ 3 mil (para locação de creche na vila Paulo Fonteles, zona rural) a impressionantes R$ 56 mil (para locação de uma escola de ensino fundamental na VS-10).

Professor não é prioridade

Segundo a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), os recursos federais do Salário Educação podem ser utilizados para financiar transporte do escolar, construção, reforma e adequação de prédios escolares, aquisição de material didático-pedagógico e equipamentos para escola, bem como a capacitação de professores. Não há menção a locação de imóveis.

O mais curioso é que, a preços exorbitantes, o governo de Aurélio Goiano promove as mesmas práticas — como a de locação de imóveis — que ele próprio condenou lá atrás. A não ser inaugurar obras prontas, a gestão atual não conseguiu colocar para andar uma licitação sequer de construção de nova escola.

Se a falida “equipe técnica” de Aurélio Goiano — também chamada até por vereadores da base de “velharias da Educação” — se importasse com os servidores, o Salário Educação estaria sendo utilizado prioritariamente na capacitação dos profissionais de ensino, por meio de programas de formação continuada que atendam às necessidades pedagógicas dos alunos. Contudo, não é isso o que se tem visto.

Sob a gestão de Aurélio e Maura Paulino, a confusão na educação está armada. Professores relatam desmonte da educação infantil e casos de assédio moral por diversos gestores nomeados pela trupe do prefeito. Além disso, alunos passaram a fazer vídeos para desmentir a propaganda institucional de merenda farta, transporte eficiente e escolas sem defeitos. Para muitos, a atual gestão conseguiu apenas um resultado: piorar o que já estava ruim.

E tudo isso com inúmeras dispensas de licitação milionárias e sem qualquer critério, as quais deverão trazer problemas perpétuos a gestores empolgados com a sensação de impunidade.