Prefeito e sua cambaleante equipe técnica precisam explicar à sociedade o que foi feito com tantos bilhões, para além de muitos trambiques, como a da ponte fantasma pela qual ele e seus “parças” da Semob pagaram R$ 1,5 milhão por obra que nunca existiu. Cadê o dinheiro que tava aqui, Aurélio?
Nesta quinta-feira (13), a Prefeitura de Parauapebas rompeu oficialmente a cifra de R$ 2 bilhões em arrecadação líquida, já feitas as deduções constitucionais. No final do dia de hoje, após lançamento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) e outras receitas menores no Portal da Transparência, os ponteiros marcavam exatamente R$ 2.088.465.971,05 — e o valor real pode ser ainda maior, já que os dados do portal carecem de ajustes contábeis.
A ultrapassagem da cifra mágica aconteceu 48 horas após o prefeito Aurélio Goiano ter falado muitas abobrinhas — como de praxe — ao fazer uso de um microfone na COP30, em Belém, ocasião em que destilou mentiras, fake news e imprecisões na tentativa de atacar a mineradora multinacional Vale, até mesmo pelo fracasso de sua gestão em Parauapebas.
Não bastasse tudo isso, ontem (12), durante entrevista à Rádio Arara Azul lá em Belém, o prefeito atacou adversários e críticos ao seu governo, quebrou o próprio recorde de divulgação de informações falsas e teve coragem de dizer que, “de 1,25 bilhão” que ele gastou, “R$ 950 milhões foram para folha de pagamento” — tudo para tentar se safar de questionamentos de internautas, que querem saber para onde, com quê e para quem foram direcionados os R$ 2 bilhões.
Cadê o dinheiro que tava aqui?
Além de gritar, mentir e atacar lideranças e instituições, o prefeito só sabe se enrolar ao tentar mostrar feitos de seu mandato, bastante criticado pelo grosso da população, aquela que vive a dura realidade de Parauapebas no dia a dia e não está pendurada na folha de pagamento da prefeitura recebendo salário para puxar saco ou escrever comentários elogiosos a maluquices na rede social de Aurélio Goiano.
Acusado de ter quebrado o comércio local com suas medidas polêmicas e irresponsáveis de exportação de recursos públicos por meio de dispensas de licitação com indícios de irregularidades e direcionamento, o prefeito está no radar dos órgãos de fiscalização e da justiça, acumulando ações que um dia terão uma enxurrada de sentenças, provavelmente quando seu reinado acabar.
Sem muito a mostrar a Parauapebas, que atualmente amarga uma de suas piores crises — moral, administrativa, de governança e econômica —, Aurélio tenta mascarar os R$ 2 bilhões da Capital do Minério, montante que apenas 75 prefeituras brasileiras têm o privilégio de arrecadar no período de um ano. E a culpa da crise? Parte da trupe “iluminada” do mandatário diz, de forma absurda, ser dos comerciantes.
Vale lembrar que, num passado recente, quando fazia oposição ao governo anterior, o hoje prefeito dizia que Parauapebas, com os mesmos R$ 2 bilhões, tinha “muito dinheiro”. Hoje ele diz que o dinheiro “não dá para nada”, culpando a folha de pagamento que ele próprio, Aurélio, tratou de inchar. Um dos municípios mais ricos do Pará vive tempos de loucura, vexame e tormenta.





