Parauapebas

Em nova ‘mutreta’, Governo Aurélio Goiano contrata assessoria forasteira sem licitação

 

Segov tramou inexigibilidade de R$ 1,848 milhão e fez rachadinha do contrato entre sete secretarias para cada uma pagar R$ 264 mil. Empresa JCTJ, forasteira de Marabá, foi escalada para ensinar “equipe técnica” a fazer “apoio administrativo” e “planejamento”. É piada!

Não, Parauapebas ainda não viu tudo com o prefeito Aurélio Goiano no comando. Percebendo que sua incompetente “equipe técnica” não dá conta do recado, o gestor teve mais uma ideia eivada em improbidade: contratar, sem exigir licitação, uma empresa forasteira do ramo de prestação de serviços técnicos especializados para levar embora mais alguns milhões dos cofres da combalida Capital do Minério.

A revelação de mais essa falcatrua do governo de Aurélio Goiano veio à tona por meio do Requerimento nº 298/2025, apresentado pela vereadora Maquivalda Barros (PDT) na sessão legislativa desta terça-feira (2).

Confira a íntegra do Requerimento nº 298/2925 aqui: https://sapl.parauapebas.pa.leg.br/media/sapl/public/materialegislativa/2025/10288/298._requerimento_-_segov.pdf

O esquema de Aurélio Goiano com a empresa JCTJ Serviços Administrativos e Assessoria ocorreu da seguinte forma: ele criou uma inexigibilidade de licitação tamanho família, de modo que várias secretarias da Prefeitura de Parauapebas iriam arcar com R$ 264 mil para sustentar os tais “serviços técnicos”, que envolviam apoio administrativo para planejar contratações públicas a serem efetuadas pela prefeitura.

Rachadinha de R$ 1,848 milhão

As pastas de Administração (Semad), Assistência Social (Semas), Cultura (Secult), Educação (Semed), Obras (Semob), Saúde (Semsa) e Urbanismo (Semurb) vão, cada uma, rachar a conta mentorada pela Secretaria Especial de Governo (Segov), a mesma que Aurélio Goiano, quando recém-eleito, prometeu “enterrar a cem metros de fundura”, mas pensou melhor, enganou a população e lá colocou a própria irmã, Natália Oliveira, para contribuir com a “reconstrução” mais perversa da história de Parauapebas.

O cambalacho no valor global de R$ 1,848 milhão para mais essa empresa de Marabá só foi descoberto porque foi publicado um extrato miúdo da inexigibilidade de licitação da Segov no Diário Oficial do Município (DOM) de 21 de novembro. A trapaça não constava dos meios oficiais de transparência, como o Portal da Transparência da Prefeitura de Parauapebas ou o Mural de Licitações do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), até a manhã desta terça.

A partir dos indícios deixados pela “equipe técnica” de Aurélio Goiano, Maquivalda começou a investigar e descobriu coisas bizarras, como o capital social da empresa de apenas R$ 100 mil e o endereço onde ela diz estar instalada, que é residencial, fazendo supor que seja empresa de fachada.

Efetivos dariam conta do recado

Outro ponto que chama atenção é a contratação sem licitação de uma empresa para executar serviços para os quais a Prefeitura de Parauapebas tem profissionais habilitados em abundância para fazê-los. Os servidores efetivos, aqueles a quem o prefeito abomina, têm competência e capacidade para fazer a máquina pública andar, diferentemente da “equipe técnica” alienada que o prefeito colocou a seu lado para operar patifarias.

O quadro de pessoal do município conta com profissionais de nível superior de diversas áreas, como administradores, contadores, economistas e técnicos administrativos, além de assessores jurídicos, agentes de controle interno e auxiliares administrativos, totalizando hoje 1.558 profissionais, o que descartaria qualquer contratação para realizar atividades típicas dessas carreiras.

Para Maquivalda, o prefeito Aurélio Goiano “quer fazer graça com a cara da população”. E ele quer mesmo, tanto que já empenhou R$ 616 mil desses contratos, com algumas secretarias — como a Semed — tendo empenhado 100% do valor.

Tramoia não vai passar em branco

Mas a parlamentar não vai deixar passar em branco. Ela exige do Poder Executivo que apresente todo o plano de trabalho dessa “assessoria” milionária, bem como as credenciais que cacifaram a empresa JCTJ a ganhar de presente uma inexigibilidade de licitação por “notória especialização”, uma vez que ninguém em Parauapebas tinha ouvido falar antes dessa empresa, e, se fosse o caso, o município teria outras melhores para dar conta dessa atividade.

E assim o governo de Aurélio Goiano vai afundando em um lamaçal de irregularidades sem fim, desta vez expondo a óbvia falta de traquejo da dita “equipe técnica”, que está sendo trocada por uma “assessoria” de fachada com custo milionário para o contribuinte. Aurélio Goiano sabia desde o início que sua equipe era de mal a pior, mas a mantém a tiracolo porque ela conhece bem os meandros das tramoias que seu governo já fez. É tarde para se arrepender.