Prefeito e equipe técnica “importaram” empreiteira de cidadezinha do Maranhão, distante 770 km, para, segundo eles, ajudar a “reconstruir Parauapebas”. Resultado: Capital do Minério enfrenta maior quebradeira de todos os tempos, patrocinada por gestão que exporta recursos públicos com agilidade
Parauapebas tinha 80 mil habitantes nascidos no Maranhão em 2022, de acordo com o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas nenhuma pessoa oriunda do estado vizinho tem se dado tão bem na Capital do Minério, agora em 2025, quanto a pessoa jurídica JR Construtora e Serviços Ltda, com sede em Lago da Pedra, distante 770 quilômetros.
Se o prefeito Aurélio Goiano faz o possível para ignorar as pessoas físicas mais humildes, sejam elas de dentro ou de fora, o comportamento muda quando se trata de valorizar empresários e empresas forasteiras, como a construtora JR, que, nos próximos dias, vai receber R$ 1.366.368,12 por uma nota de supostos serviços executados na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A nota passeia entre as mesas dos secretários de Fazenda, Glauton de Sousa, e de Saúde, Luiz Veloso.


O governo de Aurélio Goiano, que está afundando pequenos e médios empresários locais e o comércio de Parauapebas, apostou as fichas em contratos com dezenas de empresas forasteiras, que estão carregando no balde o dinheiro da Capital do Minério.
A JR é uma das que tiraram a sorte grande. A construtora de Lago da Pedra faturou um contratinho de R$ 5.923.764,82 da Semsa depois de ter “vencido” uma carona para executar serviços de manutenção preventiva e corretiva em prédios vinculados à secretaria. Parece brincadeira, mas é tudo verdade. O contrato originário no qual a Semsa pegou essa carona é da Prefeitura de Caxias, também no Maranhão.
Aguenta, Parauapebas!
Ninguém em Parauapebas está sendo beneficiado por esses quase R$ 6 milhões que estão sendo pagos com recursos do Fundo Municipal de Saúde. Sob comando de Luiz Veloso, a saúde, aliás, nunca esteve tão mal avaliada. Mas isso pouco importa para Aurélio Goiano e sua trupe, a quem ele apelidou de “equipe técnica”, embora a população ande desconfiadíssima do potencial e das boas intenções dessa tal equipe.
A JR, que diz fazer jus ao pagamento, agora quer apenas receber pelo 3º boletim de medição, que está na ordem do dia da Prefeitura de Parauapebas. O Município — leia-se: Aurélio Goiano, Glauton e Luiz Veloso — já pagou R$ 501.670,39 em 15 de setembro e R$ 937.183,32 em 21 de outubro à mesma empreiteira por serviços que ela alega ter feito não se sabe exatamente onde.
Agora, Aurélio Goiano e sua galáctica equipe técnica jogam mais essa bucha no colo de Parauapebas, que amarga queda no movimento comercial, enquanto empresas e empresários forasteiros vão ser felizes no “exterior”. E viva o Brasil.




